24 de dezembro de 2013

ERA uma vez.

  Vespera de natal. Nada de nostalgia hoje, nada de choro e lembranças que fazem doer a alma. Apesar de sentir que o ar está pesado, parece dificil de chegar aos pulmões. Tenho mais é que ficar feliz, olhar pra onde eu consegui chegar esse ano.
 Nunca fiz tantos amigos, nunca fui a tantas festas, nunca bebi tanto, nunca chorei pouco, nunca fui independente sentimental, nunca fui eu mesma, nunca me vesti da minha forma, nunca cantei alto, nunca corri tanto e suei tanto. Nunca apresentei trabalhos tão bons, nunca me senti quase formada, nunca plantei tanto. Nunca fiz tantos sonhos e os coloquei em prática. Posso dizer que sinto orgulho de mim.
  Não tenho dúvidas de foi o ano mais dificil de todos os meus 18 anos. Mas exatamente por isso, foi o melhor. Não vou repetir tudo aquilo de novo, mas por volta do mês de Agosto minha vida parecia um filme, ou um papel filme, quando enrola e gruda tudo, e você tem que jogar fora e pegar um pedaço novo. Foi oque fiz, tentei, pedi desculpas mesmo quando estava certa, escrevi carta de despedida, desfiz um namoro que não estava me fazendo bem, disse Adeus ao meu herói, meu avô do qual penso em todos os momentos dificeis ou de comemoração. Mas também ouvi adeus, assim que o inverno acabou. Uma pessoa que eu amava partiu por vontade própria. Sinto Deus me fortalecendo, sinto meu avô sorrindo. Minha avó disse que ele sentiria muito orgulho de mim. E me dei conta, ao sair da casa do meu pai, que essa é a causa de todos os meus medos. ORGULHO. A vida toda lutando para que meu pai ficasse orgulhoso de mim, me rendeu maus bocados e decepções, alheias e próprias.
  Fiz o estágio de férias que era meu sonho até então.  Foram um dos melhores momentos da minha vida, não há trabalho mais gratificante do que aquele que a gente ama. Não tem preço acordar antes das 6 no inverno e pegar dois onibus para  chegar no zoológico e passar o dia ensinando e aprendendo com as crianças. Não tem preços conhecer pessoas com os mesmos ideais que eu, com a mesma forma de pensar.
  Conheci taaaaaaantos hipers, e me vi quase uma. Para minha mãe eu sou uma riponga que abraça árvores e fala com os passarinhos. kkkkkk Na verdade eu sou, e daí?
   Tive sonhos em inglês e sonhos de tudo quanto é tipo. Tremi nas provas e perdi o sono com apresentação de trabalhos. Conheci quase o pelotão inteiro da polícia ambiental do estado de SP. Mudei de escola 3 vezes. "Escola estranha, com gente esquisita", eu me sentia um alien lá. Mas ainda assim gostei. Fiz trilhas grandes e dancei até quase o sol nascer. Usei mais tenis do que salto alto. Ocupei o espaço de todas as estantes que já experimentei mover a minha "biblioteca". Entreguei um Laudo de Viabilidade que importava muito para mim mesma, me vi encantadoramente fazendo um mapa atras do outro durante 2 semanas, em busca da perfeição. Descobri que ela é meio que impossível, mas dei o meu melhor e amei trabalhar com isso. Fiz a Caracterização Ambiental e de Vegetação, parte que maaaaais amo de toda a engenharia, biologia, ou seja lá oque for.
  Conheci pessoas especiais e perdi o medo de me machucar. Coisas desse tipo não me importa mais. Amor não é tudo na vida, para mim parece mais o oposto de independência. Parece um cárcere que você aceita até brotar um bom senso e você se dar conta de que a vida está passando e essa loucura só não vai passar porque "Amor é eterno, se não é eterno não foi amor", então nós pensamos que é infidelidade terminar uma coisa que te reprime. Mas o amor próprio vale mais que paixões. Depois vem amizade. E quiçá, talvez o amor e paixão venham e tire tudo isso de você. Mas meus planos não são esses.
  Além da preguiça de flertar com as pessoas, agora sou tão direta que nem dá tempo de pensar muito. O meu problema é pensar muito. kkkk É estudar muito, amar muito, me preocupar muito. ERA. Agora sou nova, lembra do "papel filme" que troquei?

P.S:  Não citei a parte de madrasta, príncipe, emprego, diálogos, porque esse tal conto de fadas defasado está ficando massante. kkk

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