27 de março de 2013

As vezes o chão some, e voce não sabe se vai doer menos cair junto ou caminhar na incerteza.


 Percebi que as vezes me odeio. E também que não importa o quanto eu me esforce para não demostrar, eu acabo ficando nervosa bem no dia do aniversário da escola e uma garota no banheiro pergunta se eu vou apresentar alguma coisa lá no palco, porque percebeu meu nervosismo. Percebi que um ano passa rápido, mesmo quando parece que nunca vai passar... As coisas andam, é verdade. E desafiam a teoria da inércia, porque você sabe que não está tocando como devia. Com a devida maturidade.
 Um ano se passou, como se a dor e culpa que eu sentia, não significasse que os dias se arrastariam com lentidão até que eu não conseguisse viver comigo mesma. Talvez seja mesmo assim, de repente o tempo passa mesmo, independente do que você sente. As vezes ele leva sua dor. As vezes sua delicadeza vai junto. Mas a principal protagonista desse tempo, termina sendo a renomada ironia, de todas essas dores e desencontros. Porque é nele que as pessoas se mostram o que são. Porque apesar de você não se mostrar tão forte, perante tudo isso, o que é mesmo forte em você fica. E os dias começam a passar mais depressa.    E um dia você vai correr para eliminar um pouco da raiva, outro você lê como maluca, outro você escreve até os dedos calejarem. E quando você viu, se tornou cruel com o que te fez cruel. Você deu o troco na mesma moeda, e no fim das contas, o preço pago por não enxergar as coisas foi mais alto ainda.
 Um dia seus pesares opacam os seus desejos. Outros você morre de felicidade e certeza. Outro você não sabe pronunciar o nome da sua melhor amiga, com alguém olhando. São coisas que ferem devagar. Coisas estas, que um dia talvez não te atinjam com tanta intensidade, mas então você aceita que nem tudo são flores e que apesar da demora que significa sentir algo, você desiste. Desiste de tentar entender como as pessoas te afetam. Mesmo quando só resta nelas, coisas passadas. O passado as vezes é que te afunda. Te puxa da superfície para o interior das feridas e te sufoca com lições de "você magoa a todos", coisa que você já sabe, já aceitou, perdoou, mas parece que o preço é infinito, que a culpa acompanha a pessoa envolvidas, e que sempre que você esbarrar com ela vai se sentir um lixo.

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