2 de abril de 2013

Vencendo minha Guerra Fria (aleatório)


 O tempo fecha as feridas ou as intensifica? Algumas coisas passam, e outras grudam no céu da boca como chocolate barato. Algumas pessoas se vão, outras se deixam... Eu mudei e estou intragável. Tive um sonho em que não me sentia culpada, um sonho simples e normal, me senti aliviada... As vezes dormimos para a dor para e só se faz mais intensa. Estou em uma guerra fria da qual eu nem sei pelo que luto. Acho que EU SOU a guerra...
  Tenho vontade de ler um romance daqueles baratos de banca. Sentir aquela emoção como se estivesse acontecendo, sentir envolvida em algo belo, sentir que algo me abraça... Estou mesmo a procura de coisas baratas, já que me sinto pagando um preço caro por algo que fiz, ou que não fiz, ou que devia ter feito.  Estou confusa, mas em relação a mim, ao que me tornei e ao que fui.. Não sei mais quem sou, não ME SINTO mais... É como se eu estivesse "temporarariamente fora de serviço" (que seja mesmo temporário).
 Não consigo orar para pedir ajuda, nem para agradecer por tudo.
 Quando se resolve encerrar um assunto e toma coragem, percebe que só vai cutucar a ferida... Gostaria de não 'magoar' as pessoas a cada decisão tomada para acabar com um história, que pleo que parece, só pra mim parece ter sido ontem...
 Me sinto "só no meio da multidão". Sei que é clichê, mas é verdadeiro e por isso não se classifica como piegas, ainda não. Me sinto vazia e ao mesmo tempo cheia de coisas. Vazia de MIM e cheia de COISAS, de mágoas e sombras do passado, de pessoas. Me sinto cansada de ter que esperar uma eternidade para ver o meu namorado, e outra para esquecer de amigos passados... Se pudesse fazer um pedido, em toda a minha vida, seria para que esquecesse que teve alguém tão importante. Ou que eu lembrasse que apenas FOI, e NÃO é mais. Poderia dizer que "não se tira alguém da sua vida de um dia para o outro", mas já faz um ano e eu não me sinto pronta para falar dele sem que dê gargalhadas de nervoso. Não me sinto em paz quando está a vista, parece que devo algo, e aí penso no Cai e é como se estivesse batendo nele, e então me sinto seno esbofeteada por minha culpas e sentimentos.
 Mas acho que infelizmente, ele ainda importa pra mim. Parece isso. E parece que eu tapei isso com minhas raivas durante todos esses meses. Mas agora vai ser diferente, preciso me resgatar. Nem que isso custe chorar e arrancar com alicates, facões e bisturis, tudo isso de dentro de mim. Está na hora de suportar pessoas novas e confiar, não nelas, mas em mim. Será preciso mais animo do que me resta, mas eu vou adquirir com o ACEITAR das coisas, sei que vou!
 Eu ME PERDOO, eu perdoo a vida, eu perdoo minha carência por ter depositado meu SER em outra pessoa, eu me perdoo por necessitar de livros que tem a história mais fácil que a minha.  Eu me perdoo por necessitar de alguém que segure minha mãe e diga que "Vai ficar tudo bem". Era isso que ele fazia por mim. Simplesmente. Eu o amei. Mas foi só por isso. E não como um irmão, nem como um flerte, mas como uma pessoa que fazia o papel do Cai quando ele não estava por perto. Por isso TANTA CULPA. Porque sinto que usei alguém como válvula de escape, me esquecendo de que ele era um ser humano, um homem, que tem sentimentos e não escolhe por quem... Mas a culpa está indo embora, desde o momento em que reconheci tudo isso. O coração dos humanos é egoísta, e eles erram. Eu sou humana, e hoje me senti sozinha pensando em como fui cuidada... Mas também não preciso de ninguém, isso já foi.
 O cheiro de amaciante, me traz ao mesmo tempo  dor e conforto, porque era o cheiro da roupa dele quando me abraçava. Era esse. (E magoo as pessoas a cada desabafar, mas tudo isso está me matando, me corroendo por dentro. Não consigo sentir nada e isso vai continuar se eu não encarar essas palavras abafadas com minhas mágoas). Mas o cheiro do Cai é indescritível, porque ele está em tudo. Ele é tudo oque restou de mim, é tudo que eu tenho. Ele é meu sol do amanhecer, é meu "dente de leão na primavera", como diria Katniss.
 Só agora eu entendi tudo isso... Todas as dores, amores e cuidados. Eu entendi que não foi maldade, não foi mentira, não foi oque eu pensei. Não foi irmandade, não foi além de amizade, foi algo que ninguém vê e nem define. Foi algo que eu mesma demorei todo esse tempo para entender, e ainda não sei oque foi. Foi apenas cuidado. Simples e puro. Foi EMPATIA. Pode até ser coisa de outra vida, porque não se explica. Foi além de todas as coisas, porque não há uma palavra para isso. O Cai é o amor da minha vida, e é a pessoa que sempre esteve comigo, é meu futuro homem, é minha literatura predileta. E todas essas coisas um dia vão ir embora de vez. Vão me deixar em paz. Mas a partir de hoje eu perdoo, recomeço, aceito os fatos, aceito que não se julga sentimentos alheios e estou imune a isso, apesar de  poder magoar a pessoa mais importante da minha vida, eu já me magoei o bastante, então basta de me autoflagelar. 

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