30 de abril de 2013

 Eu estava indo dormir, mas de repente deu inspiração. É melhor não desperdiçar. Me bateu uma ansiedade de alguma coisa que não sei oque é. Uma felicidade contida, que precisava ser escrita. São 2 horas, o sono não vem, pretendo deitar e ler um pouco, mas parece que hoje a cadeira do computador está me atraindo. Sabe, eu só queria que as coisas dessem certo... Queria não estragar a minha própria felicidade, só para variar um pouco.
 Estou aqui digitando e dou risada da minhas unhas... Estão ridiculamente pintadas de esmalte roxo, com bolinhas e francesinha preta. Coisa mais ridícula! Não sei o que eu penso as vezes...quem penso que sou? Penso que sou segura e poderosa, que tenho controle sobre mim, mas caramba, eu não tenho! Eu vejo que não sou nada, e que vejo minha vida correr sem aquela emoção dos livros, dos olhos das pessoas que eu vejo na rua... Estou entediada de mim. Meus livros e meus amigos personagens, me dão parâmetros do que são dias felizes, dias terríveis e dias simplesmente angustiantes por estar no meio das duas coisas. E quando não acontece nada, parece mesmo que eu vou enlouquecer porque odeio coisas mornas e salubres. Quem vê cara não vê coração, né? Eu devo esbanjar serenidade, mas isso é porque sou passiva demais. E porque meu coração busca avidamente por paixão adolescente, coisa que não tenho mais dentro de mim. Tenho 17 anos e a vida não está sendo fácil no momento. Ela nunca é, mas é recheada de clichês esperançosos de que o bem que vence o mau, e a aventura de viver uma desventura atras da outra. Pois isso não me atrai mais. É como se eu tivesse envelhecido de uma estação para a outra. Sinto falta das minhas amigas, são as únicas pessoas que eu gostaria de ver agora. Elas me entenderiam. Elas tentariam, pelo menos. 
 Acho que no fundo do meu ser, onde eu ainda estou viva, tem um medo escondido. Medo esse que provém de amar alguém dessa forma. Não posso fazer isso comigo de novo. Não posso depender dele, porque a vida não é isso. Não é romântica, e quem dera fosse clichê! Como é que eu posso confiar em mim? E depois, nas pessoas? Como vai ser o resto da minha vida, se sinto que matei tudo oque tinha restado de mim, porque fui humana e cometi erros? Como eu faço pra voltar atras e me consertar? Ressurgir das cinzas e fazer parar de doer? Como faço pra viver outra vez? Como faço pra me sentir alguém que não esteja dilacerada? 
 Pode parecer autopiedade, mas eu não consigo enxergar nada além de cinzas do que fui... Da hora que eu acordo até a hora que vou dormir, cada pessoa com que falo, desperta minha voz interior gritante, me alertando de que "as pessoas constroem sentimentos dentro de você, simplesmente pelo prazer de destruir , depois, tudo que você se tornou, apenas com um sopro, como se fosse um mero castelo de cartas". A todo momento eu sinto isso, e não posso mais viver assim... Eu posso chorar por meses seguidos pela dor de revirar tudo isso, mas não posso mais me permitir viver sem ar. Viver se sentir, Sem ME sentir.Tem sentimentos que eu nem lembro mais como são...
  Já tive momentos de escrita mais borrados e molhados que esse, e um dia quando eu conseguir me sentir satisfeita comigo mesma, eu vou agradecer por ter feito doer... Vou agradecer por não ter ninguém por perto, por todos os intervalos que eu passo sozinha na biblioteca. Eu simplesmente não posso mas fazer isso. Não posso fingir para mim mesma que estou feliz assim, porque a auto suficiência só existe quando se tem o AUTO. Se não, vira suficiência, e ela não pode ser baseada nas histórias que eu substituo por pessoas. Um dia, quando eu for velha, isso fará diferença. Acho que acabar a vida sozinha, é bem pior do que aceitar as pessoas novamente, então estou tentando ser sensata e fazer uma escolha. Não sei quanto tempo vai durar para me refazer, não sei se isso tem jeito, nem se essa ausência de mim vai parar de doer. Acho que me despedi a algum tempo, e talvez aquela pessoa que eu fui não exista mais. Só que amanhã, se isso verdade, essa que eu sou essa noite também não existirá.  Prometo que o medo de depender dele vai passar, e sei que a incompreensão que há entre nós as vezes é mutua. Como eu já disse, ele não pode preencher as lacunas de varias pessoas, que eu não permito que se aproximem. Ele não pode suprir o efeito de 10 amigos, sendo uma só pessoa. As vezes eu penso: E se não der certo? E tipo, não sou obcecada por ele, nem nada, mas não sei o que eu vou fazer se ele não estiver por perto, ao mesmo tempo que não sei o que vou fazer, se não conseguir me comportar como uma humana, que além de errar tem sentimentos bonitos. O X da questão está em mim. Eu vou conseguir, porque se não conseguir, o meu eu das profundezas vai matar o amor que sinto pelos meus 3 únicos amores e amigos. Acho que está na hora de pedir ajuda. Pela primeira vez na vida.

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