13 de setembro de 2012

Pássaro ou trança?


 Ouço o vento lá fora, melhor do que escuto as pessoas falando do meu lado. A sala de aula está cheia, porém eu, vazia. Me recuso a por o fone no ouvido porque vou parecer triste. E também porque já o perdi outra vez. Mas especialmente, porque a primeira coisa que uma pessoa oprimida faz, é enfiar o fone no ouvido como se estivesse em estado de hipnose. Eu não estou, mas não me encontro muito longe disso. Não porque minha cabeça está cheia de baboseiras como costumava ficar, mas porque está tudo tão vazio, que é o caminho de volta é meio confuso. Sabe uma casa quando tirada os móveis a espera de um novo morador? Então, é basicamente isso. A qualquer hora eu posso voltar, como a moradora que eu sempre fui - A que pela manhã, abria a janela do quarto cantando e dava passagem aos passarinhos, que a ajudavam a fazer a cama - Ou eu posso me refazer assim como estou- A garota que não precisa receber um boa noite pra dormir bem, a que desce da torre sozinha, e não depende nem de sua trança para isso -  da forma que admiro-me por me achar capaz de ser. Talvez a moradora demore a chegar. Talvez o vizinho esteja em reforma e seja barulhento. O Tico e o Teco estão estudando agora, e o coração está batendo... Como nunca antes.

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